Apoio-me ao lavradio
o calor da terra desenterra a manhã
Outonalmente acastanho-me de castanheiro
enquanto não me sobro ao braseiro,
estou longe ti
Inverno
companheiro.
Greto os lábios do frio,
quando me vestem de nada
sacio a morte pela madrugada
e faço-me homem
ou ermo,
damos todos ao mesmo.
Agora que surge o ocaso
o Sol espreguiça-se a Oeste,
não consigo ser-me outro
aquele
ou este,
porque de mim ao infinito há uma dízima
e nela a sequência espiral
do Deus que lavro,
acima do bem
e do mal.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Pessach

Torrada ou Maria?